O que é Mergulho Técnico?

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Foto: Ivan Costa Santos

No mergulho existem muitas modalidades que mesmo alguns praticantes desconhecem, imagine como é para quem ainda está de fora da atividade… É aí que a confusão aumenta! Um exemplo é o mergulho técnico, que alguns ainda confundem com o mergulho comercial, aquele dos serviços submersos oferecidos em portos e marinas.

Hoje o mergulho técnico é bem mais difundido no meio, principalmente graças a PADI que introduziu seu primeiro curso da modalidade em sua grade de cursos a partir do ano 2000 através de seu manual: Tec Deep Diver. Ele possui a contribuição de grandes nomes da comunidade do mergulho técnico da época e foi desenvolvido pela DSAT (Diving Science and Technology). A DSAT era uma corporação filiada à PADI que desenvolveu as tabelas de mergulho RDP (Recreational Dive Planing) dentre muitos outros avanços no mergulho.

Portanto, mergulho técnico é uma atividade de lazer porém que vai além dos limites do mergulho recreativo.

Então, quais são os limites do mergulho recreativo? Para entender melhor veremos alguns conceitos juntos das respostas:

  • Limite não Descompressivo: é o limite do tempo de fundo máximo que permite que o mergulhador suba direto até a superfície, respeitando a velocidade de subida menor que 18 m/min, sem paradas obrigatórias de descompressão além daquela paradinha de segurança de 5 m/ 3 min no final de cada mergulho. O mergulho recreativo deve ficar contido exatamente dentro deste limite.
  • Profundidade Máxima: 40 metros. No mergulho recreativo com ar comprimido o máximo de tempo permitido nesta profundidade é de 9 minutos em um perfil quadrado, isto é, permanecendo o tempo total de fundo nesta profundidade.
  • Ambiente com Teto: nestes ambientes (naufrágios, cavernas ou minas) os limites são:
    • 40 metros lineares, contando-se da superfície até a máxima penetração essa é a medida. Isto é, ao se mergulhar num naufrágio a 30 metros a máxima penetração é 10 m.
    • Zona de Luz, o mergulho não pode passar da área onde o mergulhador enxerga a luz da saída.
    • Restrições, as passagens devem ser largas o suficiente para se passar dois mergulhadores, principalmente numa eventualidade de emergência de compartilhamento de ar.
    • Regra dos Terços, significa que o ponto de retorno não deve ser superior ao seu primeiro terço de gás do cilindro. Isto é, se seu cilindro tem 210 bar quando o seu manômetro marcar 140 bar você deve voltar. No mergulho técnico esta é a mesma regra, salvo exceções extremas em que a regra é mais conservadora.
  • Mergulho em Dupla: mesmo no mergulho técnico o mergulho em dupla é recomendado de uma maneira geral. A diferença é que o treinamento de mergulho técnico torna o mergulhador auto suficiente da resolução de problemas e totalmente independente do dupla. Existe no mergulho recreativo a modalidade de Mergulhador Auto Suficiente
  • Gás de Consumo: Ar ou EAN40, isto é, ou o mergulhador usa Ar comprimido ou Nitrox até 40% de oxigênio na mistura. E só deve usar um gás com pressão parcial máxima de oxigênio (PO2) de 1,4 ATA (Atmosferas Absolutas).

O mergulho técnico é a modalidade número 1  dos verdadeiros exploradores das profundezas, muitas vezes intocadas de nosso planeta água. Além de permitir ir mais fundo do que os limites tradicionais do mergulho, também permite a permanência de períodos prolongados no fundo. O que possibilita visitar áreas nunca antes vistas, ou por onde pouquíssimos privilegiados passaram.

Foto: Ivan Costa Santos

Imagine visitar o naufrágio do SS Andrea Doria a, um transatlântico italiano afundado em 1956 na costa do estado de Massachusetts, EUA, considerado o Pico do Everest do mergulho no livro o Último Mergulho de Bernie Chowdhury. Ele se encontra a 73 metros de profundidade em águas de 7° C e visibilidade média de 5 metros.

Ou mergulhar nas cavernas da República Dominicana além da área do mergulho recreativo.

Foto: Ivan Costa Santos

Ou passar por baixo do arco do Blue Hole em Dahab – Egito a 53 metros de profundidade.

OU mergulhar na Corveta em Fernando de Noronha a 60 metros.

Foto: Marta Granville

Ou fazer um mergulho de popa a proa no naufrágio do Bellucia em Guarapari.

Foto: Ivan Costa Santos

Ou fazer um mergulho técnico no interior do Victory 8B em Guarapari.

Foto: Ivan Costa Santos

As possibilidades são infinitas. Só depende de sua dedicação e esforço.

O uso do mergulho técnico como ferramenta para pesquisas científicas é essencial, tal como:

  • Seres marinhos ainda não catalogados ou fósseis vivos, como o Celacanto na costa de Sodwana Bay, África do Sul.
Placa na praia de Sodwana bay. Foto: Dulce
  • Fósseis arqueológicos, como ossadas dos Maias sacrificados dentro dos Cenotes no México ou ossadas de animais pré-históricos nas cavernas ou pinturas rupestres da República Dominicana.
  • Ou formações geológicas incríveis, como nos Cenotes.
Foto: Ivan Costa Santos
  • Na PADI existem várias opções de capacitação para realizar mergulhos nestas modalidades, cursos que te certificam para fazer mergulhos até 90 metros de profundidade com circuito aberto – Tec Trimix, oferecido na Acqua Sub ou 100 metros com circuito fechado – CCR 100.

O mergulho técnico é uma atividade extremamente desafiante. As formas mais fáceis de experimentar estas modalidades são através destes caminhos:

Foto: Ivan Costa Santos

Se você quer virar um “Jedi” do mergulho, é só entrar em contato que nós te mostramos o caminho para este lado oculto da Força!

Por:

Ivan Costa Santos
PADI Course Director

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